Tecnologia e Nomofobia.
- Dan Mena Psicanálise
- 18 de ago. de 2023
- 13 min de leitura
Atualizado: 22 de set. de 2024
“A tecnologia pode funcionar como uma forma de evitar o enfrentamento das questões emocionais, criando uma fuga da realidade.” Jung, por Dan Mena.

A condição humana continua sendo objeto de discussão na modernidade, uma vez que o diálogo sobre sua formação social revela a transformação que o ser civilizado atravessa. Em um contexto caracterizado pela onipresença de tecnologias e meios de comunicação, ao mesmo tempo, em que se enraíza nos princípios da ciência, estas, que por sua vez, moldam a constituição do sujeito. Nesta ordem, a psicanálise introduz o conceito de mal-estar civilizatório como uma ferramenta para compreender as condições que se contrapõem e contribuem para a introjeção de vulnerabilidade a que estamos aparentemente expostos. As concepções relativas à pos-modernidade, refletem, ao longo das mudanças históricas, uma variedade de contextos e ponderações que giram em torno da posição do indivíduo na sociedade. No âmbito da nossa condição, as transições que se sucederam ao longo dos séculos deram origem a novos costumes, hábitos e crenças que exercem uma influência distinta na perspectiva do homem do século XXI. Ao considerarmos o mundo virtual como uma janela pela qual se evidenciam ditas comutações do sujeito, onde podemos observar não apenas variações nas formas de pensar e se relacionar, mas também, à luz da psicanálise, observamos alterações profundas nas posturas, ações e manifestações inéditas que transitam junto a esse mal-estar civilizatorio. A evolução e suas representações dentro do campo das ciências humanas e sociais, englobam diversas abordagens para compreender e elaborar esse novo ser contextualizado na era da informação. Dessa forma, nos deparamos com uma pluralidade de epistemologias que buscam analisar os impactos gerados pela modernidade, onde podemos reflexionar à partir de autores como Freud, Bauman e Zizek entre outros, que adentraram nessa fluidez, que são, digamos, constituintes dos processos de subjetivação ao longo do século XX.
“Nos tornamos tão conectados digitalmente que nos desconectamos emocionalmente.” Shetty.
Boa leitura.
A influência das tecnologias segundo Bauman.
O conceito de "sociedade líquida" cunhado por Bauman é um indicativo das transformações sociais e culturais caracterizadas pela instabilidade das estruturas e suas relações. Tecnologias passaram a desempenhar um papel central, reconfigurando a maneira de como interagimos, construímos identidades e estabelecemos laços. Elas têm permeado todas as esferas da nossa vida, alterando profundamente como nos comunicamos e consumimos informação, sendo eles os instrumentos que contribuem para o delineamento dessa sociedade líquida apontada pelo autor, onde os elos sociais se tornaram efêmeros e as interações banalizadas. A virtualização dos vínculos, implementados por meio das redes digitais, resulta em conexões rápidas e superficiais, que desafiam a noção tradicional de contato, no entanto, essa fugacidade pode alimentar uma sensação de isolamento e vazio, que contradiz essa suposta expectativa, de que desta forma seriam mais eficientes e amplas, elevadas a um nivel global. Levados por elas a uma individualização, as inteligências tecnológicas podem tanto fortalecer quanto enfraquecer esse hipotético processo, celulares, redes sociais e plataformas online, oferecem espaço para a expressão individual e construção de identidades personalizadas. Contudo, essa busca insana por singularidade ocorre em meio à “uma solidão interligada”, onde a própria abundância de interações não se traduz exatamente em conexões genuínas. O desejo de validação virtual por likes, aplicativos e compartilhamentos pode intensificar uma sensação de insatisfação e a busca incessante por uma aprovação artificial, muitas vezes mascarada. A superficialidade das interatividades online, se contrapõem a busca por vínculos humanos próximos e reais mais profundos, resultando em relações frágeis, desarticuladas, sem a devida constituição de uma estrutura física. Logo, imediatamente se desfazem e esfarelam tão facilmente quanto se formaram. A estes fatores, devemos acrescentar o consumismo, permeado por uma descartabilidade frenética de produtos eletrônicos, frequentemente substituídos por versões mais recentes, o que reflete numa lógica de gratificação instantânea e demanda por uma descartabilidade cíclica. Essa mentalidade se estende verticalmente para as relações interpessoais, onde a busca por novidades e a constante insatisfação prejudicam e impedem a formação de vínculos sólidos. É imprescindível que joguemos um olhar crítico e realizemos uma abordagem equilibrada em relação ao uso das tecnologias, reconhecendo os benefícios que proporcionam, mas também, considerando as consequências que exercem para a qualidade das relações sociais e a construção da identidade individual. Na sua obra, o livro, “O Mal-Estar da Pós-Modernidade”, que super recomendo, Bauman traz uma obra provocativa, por vezes, sombria da nossa condição, caracterizada pela liquidez, onde estruturas e certezas do passado cedem espaço para essa instabilidade e incerteza. Essa visão, um tanto pessimista em relação ao individualismo e ao consumismo, levanta questões legítimas sobre a forma rasa dessas ligações e a busca por inovações. Um trabalho proeminente e influente, que desafia ao questionamento, estimulando debates sobre seus impactos, num diálogo frontal e crucial sobre os rumos da sociedade e ditas implicações.
O que vemos é que aparentemente as instituições estão mais orientadas para o indivíduo do que para os grupos, demonstrando uma forte tendência desse caminho para a individualização; “uma condição social que não chegou por uma decisão livre dos indivíduos” (Beck & Beck-Gernsheim, 2002), ao que (Bauman, 2001) acrescenta; “uma fatalidade, não uma escolha”.
Psicanálise e tecnologia, visão de perspectivas e desafios.
A interseção entre tecnologia e psicanálise na nossa era compreenderá as complexas interações entre a mente humana e o mundo digital, certamente nos apresenta novos retos, onde investigamos opiniões importantes como as de Sherry Turkle, Mark D. Griffiths e outros estudiosos que tem se debruçado sobre suas consequências na psicologia, dinâmicas de relacionamento e os emprazamentos clínicos emergentes. Esta forma tão onipresente em nossas vidas, tem afetado como nos comunicamos, relacionamos e nos expressamos. Implicados nessa leitura, agora enfrentamos instigações para incorporar essa arcabouço a teória e sua abordagem terapêutica. No livro “Reclaiming Conversation”, vemos claramente que a tecnologia está interferindo nas relações interpessoais, levando a uma diminuição da nossa empatia e redução na utilização das verdadeiras fusões emocionais. Uma observação muito fundamentada é encontrada na afirmação de como o digital frequentemente substitui as mutualidades, resultando em uma ausência implícita na expressão afetiva e uma falta de intimidade genuína. Griffiths, é um especialista em vícios tecnológicos, explora largamente seus efeitos no uso excessivo para a saúde mental. Discute conceitos como dependência, compulsão e adição, em entretenimentos de vídeo, redes sociais e até mesmo, o uso de smartphones. Argumenta que a tecnologia pode atuar como um mecanismo de fuga, dissimulando negativamente a psicologia e o bem-estar emocional das pessoas. Autores como Pamela Rutledge e Mary Aiken discutem como a constante exposição a imagens idealizadas nas redes pode afetar a autoimagem e autoestima das pessoas. Interpela o fenômeno da “comparação social”, levantado como plataformas digitais podem contribuir para sentimentos de inadequação social e aumento da ansiedade. Como terapeutas, agora estamos frente a frente com questões relacionadas a esse uso excessivo de dispositivos, vícios em jogos online e a preponderância delas para a saúde psíquica dos pacientes. Além disso, a comunicação online pode levar a confusões interpretativas e à perda de nuances emocionais, desafiando os terapeutas a adaptarem suas abordagens. Por outro ângulo, também podem ser usadas como ferramentas terapêuticas, a terapia online, por exemplo, se tornou mais comum, permitindo que os pacientes ganhem tempo, e tenham acesso a tratamentos psicológicos a distância.
Algumas frases relevantes que podem sintetizar opiniões;
“A humanidade deve enfrentar, no futuro, a tarefa de fazer frente ao triunfo da técnica. O problema do destino da humanidade será decidido unicamente por este fato.” Freud.
“O mundo digital nos oferece muitas vantagens, mas também pode criar uma sensação de isolamento e desconexão.” Turkle.
“A tecnologia oferece um novo terreno para a exploração psicanalítica, onde as interações virtuais podem revelar aspectos ocultos da psique.” Mary Aiken.
“A virtualidade pode ser vista como um espaço intermediário entre o real e o imaginário, onde desejos e ansiedades inconscientes podem emergir de maneiras novas e intrigantes.” Akhtar.
“A era digital trouxe um novo palco para os dramas humanos, onde as identidades podem ser exploradas e representadas de maneiras inéditas.” Adam Phillips.
“A internet pode ser uma forma de autopromoção, onde as pessoas procuram validar seu próprio valor por meio da atenção e aprovação online.” Nancy McWilliams.
“A tecnologia não apenas muda como nos comunicamos, mas também influencia nossa percepção de tempo, espaço e intimidade.” Leader.
“A exposição constante às redes sociais pode criar uma sensação de pressão para estarmos sempre conectados e atualizados, gerando ansiedade e compulsão.” Shane.
“A relação entre a psicanálise e a tecnologia nos desafia a encontrar um equilíbrio entre a exploração das profundezas da mente humana e a interação com um mundo cada vez mais digital.” Irwin Hirsch.
Com o contínuo desenvolvimento tecnológico, a psicanálise enfrenta o desafio de compreender e integrar essas mudanças em suas abordagens teóricas e práticas, garantindo que a compreensão da mente continue a evoluir em sintonia com o mundo eletrônico em constante transformação.
A visão positivista de mídia.
McLuhan sobre a relação entre tecnologia, comunicação e a psicologia, discursa positivamente, como um influente teórico da mídia do século XX, defendeu que o meio de comunicação é uma extensão do ser humano e que ele molda não apenas nossa interação com o mundo, mas também nossa psique. Ele trouxe uma nova abordagem para compreender sua influência e formas de psicologia, onde sua celebre e famosa frase; "o meio é a mensagem", ressalta a importância não apenas do conteúdo transmitido, mas também do meio em que ela transcorre. Uma das ideias centrais da sua tese é a noção de que os meios das mídias são extensões das nossas faculdades, onde cada um, desde a escrita até a televisão, são adjacências de nossos sentidos e capacidades cognitivas. Por exemplo; a escrita estende nossa habilidade verbal, enquanto a televisão amplia a de ver e ouvir eventos distantes. Cada canal utilizado modifica nossos padrões perceptivos, levando a mudanças em nossa psicologia. Ele cunhou os termos "meios quentes" e "meios frios" para descrever como diferentes esferas interferem em nossa assimilação, percebimento e captação. Os meios quentes seriam aqueles ricos em dados e exigem pouca participação ativa, como a televisão. Meios frios, por outro lado, são mais ambíguos e demandam maior envolvimento, como a leitura. Também introduziu a ideia de "aldeia global", sugerindo que a comunicação encurtou distâncias e conectou pessoas de diferentes aldeias do mundo. Essa conectividade global estaria criando uma "consciência coletiva", na qual nos levaria a compartilhar experiências e dimensões de maneira mais intensa. As ideias de McLuhan continuam relevantes, pois assistimos a ascensão das redes sociais, o uso de smartphones cresceram, e a realidade virtual, entra agora para conceitos ultra modernos como a inteligência artificial. A sensação de acoplamento constante, a rápida disseminação de informações e a influência das mídias diversas em nossas percepções, são questões que ecoam nas preocupações de McLuhan, destarte, eu leio ele sob uma visão otimista. Suas ideias oferecem uma lente única para compreender essa interação e percepção de mundo. À medida que a tecnologia continua a evoluir, suas contribuições nos lembram da importância de examinar criticamente os efeitos psicológicos das ferramentas de comunicação que usamos diariamente.
Nomofobia.
Quando falamos em nomofobia estamos nos referindo ao medo irracional de ficar sem acesso a dispositivos móveis, à luz da teoria da psicanálise. Neste ambiente, nosso prisma se mostra valioso para compreender os fundamentos inconscientes por trás das comorbidades tecnológicas e seus impactos. O exploramos, juntamente com o desenvolvimento do ego, das relações objetais e os processos de defesa, que podem estar geralmente interligados com a ansiedade e a dependência associadas a telas de celular. O termo, derivado de "no mobile phone phobia", emergiu como um problema de saúde mental na era atual, quando o crescente uso de dispositivos móveis, notebooks, tablets, etc., tem levado a uma preocupação crescente com sua dependência e seus efeitos no bem-estar emocional e psicológico. Os conceitos freudianos e pós-freudianos, podem esclarecer sobre as motivações derivadas deles, e os mecanismos de defesa associados a este fenômeno pelos seguintes estudos;
1 - O inconsciente e a virtualidade: A teoria do inconsciente ressalta a existência de desejos, impulsos e conflitos que não estão prontamente acessíveis à consciência. Ditas interações virtuais podem proporcionar uma arena para a manifestação de aspectos inconscientes da psique, levantando questões sobre a autenticidade e veracidade das conexões online.
2 - Sexualidade e intimidade virtual: A sexualidade, como uma força central na psicologia pode ser aplicada à maneira como a tecnologia influencia os relacionamentos. As interações virtuais podem amplificar as questões da repressão sexual, promovendo comportamentos de exibição ou exploração.
3 - Mecanismos de defesa e desconexão digital: A análise dos mecanismos de defesa, como a negação e a projeção, podem fornecer insights sobre como as pessoas podem fazer uso extremo para evitar o enfrentamento de conflitos emocionais. O ato de "desconectar" pode ser visto como uma forma moderna de repressão, permitindo evitar a ansiedade.
4 - O Eu virtual e o Eu real: A fragmentação do ''eu'' em diferentes identidades online e offline pode ser analisada sob o conceito freudiano do "eu", onde personalidades virtuais podem servir como máscaras que encobrem ou revelam aspectos ocultos do ''eu'' real.
O Desenvolvimento do ego e a dependência tecnológica.
A teoria do desenvolvimento do ego de Freud, destaca a importância da formação de uma individualidade saudável para enfrentar a ansiedade. A nomofobia pode ser vista como um sintoma da fragilidade e fragmentação do ego, onde a falta de acesso constante à tecnologia resulta em uma sensação de desamparo e segregação. Pode ser interpretada à luz das relações objetais. Tal dependência pode preencher o vazio emocional, funcionando como um substituto para as conexões interpessoais, enquanto a inabilidade de ficar desativado pode refletir uma busca incessante por gratificação e alívio da solidão. Aqui entram em ação mecanismos de defesa e negação, que podem desempenhar um papel na nomofobia, como o desprezo e denegação da ansiedade oculta, que pode levar a uma hiper-conexão como forma de evitar o enfrentamento de conflitos emocionais. Também, pode ser entendida como uma forma de resistência à mudança e ao crescimento pessoal, velado, inexplícito e pressuposto incluso ao enfrentamento e transformação necessária para o desenvolvimento saudável da personalidade. Se revela como um episódio complexo e multidimensional, intrincadamente relacionado às mudanças socioculturais que tecnologias introduziram. O psicólogo Shambare e seus colaboradores, a definiram como uma forma de ansiedade de separação, na qual a dependência excessiva do celular por exemplo, se assemelha a uma ligação emocional intensa, impedindo os indivíduos de se desconectarem. Nesse contexto, surge o medo de estar perdendo algo, conhecido como FOMO, que contribui para agravar o quadro. Elhai et al. (2017) enfatizam; que o FOMO está associado a sentimentos de inadequação e ansiedade, que alimentam seus efeitos. Além disso, o uso intensivo desses dispositivos interfere na capacidade de comunicação e interação social, especialmente em crianças em fase de desenvolvimento. A pesquisa da BBC Brasil sobre famílias brasileiras revelou que o uso desmoderado de telas está relacionado à diminuição da capacidade de resolver problemas e se comunicar efetivamente; (BBC, 2020). A Dra. Eisenstein, coordenadora do Grupo de Trabalho em Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria, ressalta o aumento das queixas entre adolescentes relacionadas ao uso hiperbólico de redes sociais e jogos online; (Eisenstein, 2021). De acordo com Turkle (2015); o uso incessante prejudica a habilidade de manter atenção, tomar decisões ponderadas e desenvolver empatia. O progresso cerebral ainda em maturação é particularmente suscetível aos efeitos negativos das telas, como a dificuldade de controlar impulsos, (Anderson et al., 2020).
A influência social da nomofobia não pode ser subestimada, a pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil revelou que a maioria dos adolescentes está conectada, utilizando o celular como principal dispositivo para acessar a internet. Entretanto, a busca constante por validação nas redes sociais pode levar a uma percepção distorcida de autoimagem, influenciando negativamente a autoestima (Vannucci et al., 2019).
O Impacto no desenvolvimento cognitivo e social dos jovens.
O avanço tecnológico é inegável e desempenha um papel crucial na sociedade contemporânea. No entanto, se faz essencial considerar os riscos associados ao uso superabundante de celulares. A dependência tecnológica é discutida por autores como Aiken (2018), que alerta para o perigo de patologizar comportamentos naturais da era digital. Para mitigar seus efeitos negativos, é importante promover a educação do seu uso desde a infância, capacitando crianças e adolescentes a fazer escolhas conscientes. A criação de um equilíbrio saudável entre a vida online e offline é uma abordagem preventiva defendida por Greenfield (2019), que enfatiza a importância de desenvolver habilidades de autorregulação. Como psicanalistas, exploramos os aspectos inconscientes que contribuem para esse medo moderno. O discernimento sobre esses processos pode fornecer insights valiosos para terapeutas e profissionais de saúde mental ao abordar os desafios da dependência tecnológica. Ao integrar conceituações psicanalíticas com as complexidades da nomofobia, podemos abrir caminho para intervenções eficazes e saudáveis na busca pelo equilíbrio entre a tecnologia e a psicologia. Nomofobia emerge como um fenômeno que transcende as fronteiras tecnológicas e impacta a saúde mental de diferentes grupos etários. Seu uso desmedido lesiona as dimensões cognitivas, sociais e emocionais, levantando preocupações éticas e instaurando práticas insalubres. Enquanto a tecnologia é uma parte inevitável de nossas vidas, a consciência sobre seus impactos e a promoção de um equilíbrio conveniente são imprescindíveis para enfrentar os desafios impostos pela nomofobia na sociedade.
Pontos Positivos:
Comunicação Instantânea: Permitiram uma comunicação rápida e instantânea em qualquer lugar do mundo, encurtando distâncias e permitindo que as pessoas se conectem facilmente.
Acesso à Informação: Nos concedem acesso a elementos atuais, notícias e recursos educacionais com facilidade, o que contribui para a aprendizagem contínua e atualizada.
Trabalho Remoto: Tornaram o trabalho apartado uma realidade eficiente, viabilizando realização de tarefas profissionais de qualquer lugar e a qualquer momento.
Melhoria na Navegação: Aplicativos de GPS tornaram a navegação mais fácil, ajudando na orientação e localização, tanto em cidades locais quanto desconhecidas.
Redes Sociais: Plataformas de mídia social tornaram mais acessível e simples para manter contato com amigos e familiares, independentemente da distância física.
Entretenimento e Produtividade: Abriram uma ampla gama de aplicativos de entretenimento, jogos e ferramentas de produtividade que podem melhorar nosso tempo de lazer e desempenho nas tarefas diárias.
“O impacto dos smartphones no mundo desenvolvido é nada menos do que espetacular: ampliou a conetividade, estimulou as empresas, e criou postos de trabalho” (Katz, 2008).
“Atualmente, estar conectado depende não da nossa distância, mas da disponibilidade das tecnologias de comunicação” Turkle.
Pontos Negativos:
Isolamento Social: O uso excessivo de celulares pode levar ao isolamento social, já que as pessoas podem preferir interagir virtualmente em vez de pessoalmente.
Distrações e Produtividade: O constante uso de celulares pode levar à distração e redução da produtividade, especialmente em ambientes de trabalho ou estudo.
Dependência Tecnológica: A compulsão imoderada de telas pode levar à ansiedade e desconforto quando estão fora de nosso alcance, afetando negativamente a saúde mental.
Perda de Privacidade: Podem comprometer a privacidade, com a possibilidade de rastreamento e acesso a dados pessoais.
Problemas de Saúde: A exposição prolongada a telas pode levar a problemas de saúde, como fadiga ocular, dores de cabeça e distúrbios do sono.
Segurança e Etiqueta: O uso inadequado em situações sociais, como ao dirigir, reuniões de família, ignorar a presença do outro, compromete a segurança e a etiqueta, resultando em acidentes e avaliações interpessoais negativas.
“A experiência de fluxo representa um estado de consciência em que uma pessoa está tão absorvida por uma atividade que está a desenvolver que não tem consciência sobre si mesma durante todos os seus movimentos” (Finneran & Zhang, 2005).
"Às vezes, a tecnologia pode ser nossa maior distração e nossa pior invenção." Amisha Patel.
"A conetividade constante está nos desconectando da realidade." Farshad.
"A sociedade moderna é uma história de como a tecnologia pode nos ajudar e prejudicar ao mesmo tempo." Sherry Turkle.
"A tecnologia é uma ferramenta útil, mas também pode ser um obstáculo para a interação humana genuína." Catherine Pulsifer.
Os celulares trouxeram inúmeras vantagens, desde a melhoria da comunicação até o acesso à informação e a facilidade de navegação. No entanto, também apresentaram desafios, como o isolamento social, a distração e a dependência tecnológica. É importante encontrar um equilíbrio saudável no uso dos celulares, aproveitando os benefícios enquanto minimiza os aspectos negativos.
Ao poema; "Entre Telas e Toques"; por Dan Mena.
Na palma da mão, um mundo se desvela,
Tecnologia avançada, que coisa que apega!
A noite eles brilham… como cintilantes estrelas,
Conectando vidas, mas também as trucidam.
No mundo de ecrãs, a vida se esvazia,
A conexão do sapiens, afunila, esfria,
Em visões virtuais que o olhar corrompe,
Se molda o real, numa ótica artificial.
Deslizando nos feeds, como cenas de scripts,
Vemos vidas exibidas, com tamanha maestria,
Os risos e sorrisos, nem sempre genuínos,
Será que são cenas rodadas no paraíso?
Tecnologia avança, mas será que nos serve?
Ou nos tornamos escravos do que oferecem?
A vida pulsante, lá fora, nos chama,
Enquanto monitores nos prendem, inflamam.
Vamos lembrar, enquanto digitamos sem parar,
Que o mundo ao redor merece nosso olhar,
Celulares sedutores, nos cegam para os amores,
Não deveriam nos negar o encontro das emoções.
Equilíbrio é a chave dessa lição,
Usar a tecnologia com sabedoria e razão,
Para não perdermos o que é fundamental,
A conexão primitiva, o toque, o real.
Abracemos com cautela, todas as telas,
Sem esquecer de olhar pela janela,
A vida acontece lá fora, além das telas,
É lá que encontraremos às histórias mais belas.
Até breve. Dan Mena. Membro Supervisor do Conselho Nacional de Psicanálise desde 2018 - CNP 1199 Membro do Conselho Brasileiro de Psicanálise desde 2020 - CBP 2022130
Comments