O Sujeito.
- Dan Mena Psicanálise
- 26 de ago. de 2023
- 13 min de leitura
Atualizado: 22 de set. de 2024
“O sujeito não é um conceito explicitamente construído, mas algo que emerge das nossas próprias entrelinhas e caminhos, se tem um lugar... seu nome é linguagem e libido”. Dan Mena - Por Dan Mena.

O ser cartesiano, o sujeito como um lugar vazio.
O conceito de sujeito, é um tema íntimo ao campo das ciências humanas, descrito por sua natureza multifacetada que abarca uma variedade de interpretações e definições. No âmbito filosófico, ganha destaque via uma compreensão desenvolvida historicamente a partir do pensamento de René Descartes. Dado o escopo limitado deste artigo, a análise completa não considera todas as suas nuances, onde simplificarei a fim de atender aos propósitos em questão. Posteriormente, irei trabalhar em outros autores, principalmente sobre a base lacaniana-psicanalítica. O rol fundamental na filosofia marca uma mudança paradigmática na compreensão do ''eu'' individual e da relação entre a consciência e o conhecimento. O sujeito cartesiano, como articulado na sua obra; “Meditações sobre a Filosofia Primeira”, é um elemento essencial na epistemologia do método filosófico que influencia diretamente como se abordam questões de certeza, ceticismo e fundamentação do saber. Sujeito, é aquele que pensa, duvida e reflete, alcança a certeza de sua própria existência (segundo ele), através do famoso ditado; “Cogito, ergo sum”, (Penso, logo existo), que afirma sua realidade como um ser pensante. Desta forma, é imediatamente acessível à própria experiência consciente, se tornando o ponto de partida indubitável para a busca do saber. Esse homem cartesiano é constituído por sua interioridade e subjetividade, a certeza do eu, enquanto sujeito pensante, ele se baseia na autoconsciência e no exercício do pensamento reflexivo. Mesmo no cenário do ceticismo radical, em que todas as crenças podem ser questionadas, sua existência permanece inabalável, o que transcrito, se revela pela “res cogitans”, (coisa pensante) em contraposição à “res extensa”, (coisa extensa) do mundo material. No entanto, esse ser não é isolado. Através do Deus garantidor da verdade, se estabelece numa ponte entre o sujeito individual e o mundo exterior, conferindo à realidade objetiva uma base sólida e confiável, um intermediário entre a mente e a realidade externa, mediada pela garantia divina. De certa forma, dita idealização inaugura uma abordagem moderna da subjetividade e da cognição, ao enfatizar a importância da reflexão individual, que estabelece bases para a investigação racional, enquanto, simultaneamente, delineia os contornos da relação entre a consciência e a realidade. O sujeito pensante, embora criticado por posteriormente ter sido visto como excessivamente centrado no indivíduo, desencadeou um legado filosófico que moldou a epistemologia e a filosofia da mente por muitos séculos. Em essência, ele pode ser compreendido como equivalente ao “eu”, em uma realidade supostamente irredutível, onde sua existência não pode ser posta em dúvida, uma vez que o próprio ato de duvidar já pressupõe a própria extensão dele. No campo linguístico, é identificado como o componente de uma sentença, que está sujeita à predicação, em outras palavras; o sujeito é a entidade à qual atribuímos ou negamos determinadas características singulares. Boa leitura.
“Meditações sobre a Filosofia Primeira”, como obra central na filosofia, foi escrito no século XVII. O livro é composto por seis meditações, nas quais se exploram questões básicas sobre a natureza do conhecimento, a existência de Deus, a relação entre mente e corpo e a certeza epistêmica.
Primeira meditação. Se inicia com uma jornada de dúvida metódica, questionando a confiabilidade de suas crenças e sentidos. Levanta a noção de um “gênio maligno” que poderia estar enganando a mente em todas suas percepções. O objetivo dessa dúvida radical é encontrar um ponto de partida indubitável para a construção do conhecimento.
Segunda; Se firma a célebre afirmação acima anotada, “Cogito, ergo sum”… (Penso, logo existo), a própria dúvida pressupõe um sujeito que dúvida, estabelecendo a existência do sujeito pensante como algo provado e primacial. Esse a se intitular “res cogitans”, é o ponto de partida seguro para a sapiência.
Terceira; Análise sobre a relação entre o sujeito pensante e Deus, expõe um argumento ontológico para sua existência, afirmando que a ideia de um ser perfeito não pode ter sido originada pelo sujeito finito, mas deve ser causada por um ser supremo e Infinito. Deus, portanto, garante a confiabilidade da circunspecção humana.
Quarta; Explora a relação entre mente e corpo como substâncias distintas, diferentes naturezas, onde a interação entre as duas se dá através da glândula pineal, embora esse ponto tenha sido alvo de críticas posteriores.
Quinta; Teoria da verdade clara e distinta, como critério para a certeza, lugar das ideias percebidas de forma clara e diversa que são verdadeiras e constituem o fundamento desse no meu entender ''suposto saber''.
Sexta; Se reafirma a primazia da razão como guia para a verdade, a existência de Deus como garantia da cognição, percepção, discernimento, lucidez e clareza do ser.
Esta obra, que desafia as certezas tradicionais da época e estabelece o método cartesiano da dúvida metódica como um caminho para a busca do conhecimento fundamentado, influenciou profundamente a filosofia moderna, assistindo para valer o desenvolvimento do racionalismo e moldando o pensamento subsequente sobre a mente, a gnose e a existência. É notável que tanto na perspectiva cartesiana quanto na linguística, o termo “sujeito”, denota uma vacuidade conceitual. Qualquer afirmação acerca de um indivíduo pode ser objeto de dúvida pelo próprio que a indaga. Todo atributo que se outorgue a ele, não pode servir como sua representação última, uma vez que o próprio detém a capacidade de questionar o mérito da qualificação que realiza, se necessário, o refazer, mudar ou eliminar. Nesse dimensionamento, ele emerge como uma entidade inicialmente desprovida de conteúdo. Esse princípio, também se aplica à concepção linguística de sujeito: a palavra “João”, considerada isoladamente, carece de qualquer significado particular, sua ''significação'' é conferida somente quando associada a um predicado, como, por exemplo, exemplificado na sentença que segue; “João é um aluno de Daniel.”. Portanto, o sujeito “João”, em sua natureza conceitual é um espaço inicialmente vazio a ser preenchido por predicados necessários para ser elaborado como tal.
O que o sujeito é, e o que um significante representa para outro significante?
Para a psicanálise, é aquele que se constitui na relação com o ''Outro'' através da linguagem. É em referência a essa ordem simbólica que se pode falar em sujeito e subjetividade a partir de Freud, e, em especial, após a produção teórica de Lacan. No enfoque, o sujeito é concebido como uma construção complexa que emerge da interação entre o inconsciente, a linguagem e as dinâmicas simbólicas. Diferente das visões tradicionais, onde é frequentemente considerado um ente individual, estável e autônomo, se introduz aqui uma compreensão mais intricada e interligada do tema. O sujeito não é uma entidade preexistente, mas é instituído, se concebe através do processo de entrada na linguagem e da interação com os sistemas simbólicos da cultura e da sociedade. A sua formação ocorre no contexto desse complexo, no qual será inserido em estruturas simbólicas que irão moldar sua identidade e subjetividade. Como analistas exploramos o inconsciente, sendo o lugar onde os desejos, os conflitos e processos mentais não conscientes estão ativos. O “sujeito do inconsciente” que emerge através da interação entre a linguagem e o desejo inconsciente, não é coeso nem estável, mas sim, fragmentado, composto por diferentes reconhecenças e representações emblemáticas. A ''teoria do espelho'', (a teoria do espelho, afirma que só conseguimos enxergar características em outras pessoas que também existam, ou já existira algum dia, em nós. Nosso papel, é aprender sobre nós mesmos, através das relações sociais, relevantes para a definição do sujeito em sua abordagem existencialista. O sujeito em si, começa a se desenvolver quando a criança que nele habita reconhece sua própria imagem no espelho, fato que marca o início da formação da identidade. No entanto, essa identificação e personalidade em trânsito de criação será sempre parcial, repartida, desagregada e desmembrada, sob a reflexão de diferentes percepções e influências simbólicas).
Numa síntese; podemos compreender o termo ''sujeito'' como um lugar vazio, onde a amplitude do que se diz a respeito de alguém pode ser afixada em dúvida pelo próprio sujeito. Qualquer atributo que sobre ele(a) recaia, não serve como legítimo representante em última instância. De forma que; quando o próprio(a), possuí a capacidade de colocar sua competência em xeque e, se necessário, ele faz sua eliminação, o ser se constitui em um lugar de ausência e vazio. A mesma interpretação podemos dar a linguística dele: a palavra, onde “João”, considerado circunstancialmente, isoladamente, não possui lógica, razão, cabimento, nem fundamento de sentido existencial, só passa a adquir conteúdo e sentido semântico quando a ele(a) e outorgado(a); característica, virtude, critica, atributo, propriedade, qualidade, mediante algum predicado adjunto a sentença; exemplo; “João joga tênis com Daniel.”. Logo fica claro, que o sujeito “João”, considerado em si, ocupa como sujeito um lugar de vácuo que necessita de qualificações preceptorias.
Signo, significante e significado na psicanálise lacaniana.
O que são predicados senão palavras?. A noção de significante provém de Ferdinand de Saussure, um linguista que propôs uma visão estruturalista da linguagem. Ela seria formada por elementos chamados signos, que, por sua vez, seriam compostos de duas perspectivas entrelaçadas: o ''significante'' e o ''significado''. O significante; (o significante se mantém como condição de uma operação que se constitui em uma cadeia e é nessa cadeia, que ele se faz presente a partir de uma ausência. O elo dos significantes torna a condição dele(a) possível, e é nela que subsiste, (Lacan, 1966)… seria a parcela material do signo linguístico (o som da palavra, por exemplo). Já o significado; (na experiência psicanalítica é extremamente volátil, evanescente, como um fluido que desliza ao longo do arcabouço de significantes que seria o sentido de tal). A teoria da linguagem de Saussure é estrutural porque pressupõe que o valor de um determinado signo não é dado teoricamente, mas depende da relação com os demais signos do sistema linguístico. Um dos pilares da linguística moderna, se concentra na estrutura e funcionamento dos signos. Ele rejeita a visão tradicional como sendo um simples meio de comunicação, e em vez disso, propõe uma abordagem elementar que analisa os componentes linguísticos em relação aos seus sistemas internos. O conceito fundamental do “signo linguístico”, é composto por duas partes inseparáveis: o “significante” (a forma sonora ou escrita) e o “significado” (a ideia ou conceito associado). A relação entre essas partes é arbitrária, ou seja, não há uma conexão entre a forma e o conteúdo de uma palavra, portanto, dita arbitrariedade é um princípio que define a temática. Outra chave que será equalizada é a ''oposição binária'', na qual os significados emergem das diferenças entre os signos num sistema linguístico. Essas, dependem das relações de contraste, e não de significados peculiares, o que implica que as palavras não têm um significado fixo e absoluto, mas ganham sentido em relação a outras.
“A Teoria dos Signos de Saussure: Uma Exploração Semiótica”, é uma análise esquadrinhada dos contributos para o campo da semiótica; (semiótica; para Charles Peirce 1839 – 1914, na sua teoria geral das representações, considera os signos sob todas as formas e manifestações que assumem, (linguísticas ou não), enfatiza a propriedade de convertibilidade recíproca entre os sistemas significantes que a integram). Nesta obra inova quanto a compreensão dos ''signos e da linguagem'', ao introduzir o enunciado na forma de tese, a definindo como uma entidade composta por uma relação arbitrária entre um significante, (na maneira perceptível) e um significado, (pelo conceito mental). A natureza relacional deles, destaca que a sua acepção é determinada por sua relação contrastante com outros sinais e símbolos em um sistema linguístico, que se encaixam opostamente entre a linguagem como um sistema abstrato de regras e a fala individual daqueles que se expressam verbalmente.
''O sujeito na psicanálise não é um conceito explicitamente construído, mas algo que emerge das nossas próprias entrelinhas e caminhos, se tem um lugar seu nome é linguagem e libido. Aparece como estranho e alheio ao ego que me identifico, porque de alguma forma se dissimula no inconsciente escondido. Impreteríveis pulsões de energia que tanto insistimos?… onde a repetição é sempre um imperativo''. Dan Mena.
A oposição binária.
Também conhecida como o princípio da ''oposição contrastante'', se refere à ideia de que os signos linguísticos ganham crédito por meio das diferenças e alteridades que têm com relação a outros paralelos em um sistema de expressão. Mais claramente, os elementos da língua adquirem sentido em relação às distinções que existem entre eles e os demais elementos. Por exemplo; em um par de oposição binária como “grande” e “pequeno”, o peso de cada palavra deriva da diferença entre elas. “Grande” não tem sentido absoluto em si, mas é entendido em contraste com o “Pequeno”, sendo essa disparidade básica da razão da dessemelhança e diferença oposta de ambas. Os signos não têm significado pertencente, mas obtêm a sua essência pela relação com outros sinais e símbolos. Isso importuna que a identidade e o preceito de um termo linguístico moldado pelas relações de contraposição com outros termos. A oposição binária é demandante para entender como nossa linguagem funciona num sistema complexo, onde a significação é construída no caminho das diferenças e suas relações, como conjunto de sinais interconectados.
Língua e fala, uma estrutura abstrata.
O conceito de “langue” (língua) e “parole” (fala), se fixa como uma estrutura abstrata e sistêmica, sendo repartida, compartilhada por uma comunidade ou grupo, enquanto a fala é a expressão concreta e individual da língua, a mesma se veicula em situações específicas. Essas posições transcendem a própria locução e se estendem a disciplinas como a semiótica, a antropologia e a filosofia. Sua aproximação estruturalista moldou como entendemos a fala como um sistema de signos, a importância das relações internas e a discricionariedade no erguimento de determinadas caracterizações. Destarte, Lacan foi guiado pela experiência com as formações do inconsciente; chistes, atos-falhos, sonhos, lapsos, etc, reinventa a obra de Saussure, argumentando que a linguagem seria constituída essencialmente de significantes e não de signos, e que o significado não teria uma relação fixa com o significante. O know-how psicanalítico teria demonstrado que o significado é extremamente volátil, evanescente, como um fluido que desliza ao longo da cadeia de significantes. Nesse sentido, a noção de signo deveria ser relativizada, já que uma relação mais ou menos fixa entre significante e significado estaria restrita a uma dada conjunção. Por outro lado, na linguagem na totalidade, isto é, no lugar do ''Outro'', lugar que ele define como o “tesouro dos significantes”.
Para ampliar a compreensão do tema trago algumas citações importantes;
“O sujeito é dividido entre o consciente e o inconsciente.” Sigmund Freud. Sugere que o sujeito é uma entidade complexa, composta tanto por aspectos conscientes quanto inconscientes, e que muitos dos processos mentais ocorrem abaixo da superfície do pensamento consciente.
“O sujeito é uma construção histórica e cultural.” Michel Foucault. Argumenta que o sujeito não é uma entidade fixa e universal, mas sim uma construção que varia ao longo do tempo e do contexto cultural, moldada por sistemas de poder e normas sociais.
“O sujeito é um efeito da linguagem.” Julia Kristeva. Enfatiza que a linguagem não apenas expressa o pensamento, mas também é fundamental para a formação do sujeito. A linguagem é uma ferramenta através da qual a identidade e o sentido são construídos.
“O sujeito é uma entidade em constante transformação.” Erik Erikson. Afirma que a identidade do sujeito é um processo contínuo de desenvolvimento ao longo da vida, influenciado por experiências, relações e contextos culturais.
“O sujeito é moldado pela relação com os outros.” Melanie Klein. A abordagem de Klein enfatiza como as primeiras relações interpessoais, especialmente com os cuidadores, influenciam a formação da personalidade e das dinâmicas psíquicas do sujeito.
“O sujeito é afetado pelo inconsciente coletivo.” Carl Jung. Ele introduz o conceito de inconsciente coletivo, onde os padrões universais e simbólicos compartilhados pela humanidade também desempenham um papel na formação da psique individual.
“O sujeito é uma construção de narrativas.” Paul Ricoeur. Destaca como as histórias que contamos sobre nós mesmos e nossa vida são centrais para a construção da identidade do sujeito, moldando como nos percebemos e nos relacionamos com o mundo.
O sujeito não é isolado, não é em si uma concepção individualista, mas isso não o torna coletivo necessariamente, não sobre uma apreciação sociológica ou comunitária, nem uma coisa, nem outra. Assim, pode ser apreciado na sua imiscuição, misturado com a alteridade que não é ''Um'', mas é dependente do ''Outro''. A psicanálise instaura um tipo de sujeito regido por uma lógica que não é a da identidade, mas a da alteridade; (a alteridade envolve a relação constitutiva do sujeito com, e a partir do outro, entendendo que trabalhar com ela demanda o reconhecimento e o trabalho com às diferenças. Essa dimensão possibilita questionar sobre as concepções de disparidade elaboradas por psicanalistas que atuam na prática clínica, mas de uma alteridade que no seu determinismo o faz com insuficiência — uma particularidade onde a estrutura desse ''Outro'' já está barrada). Irremediavelmente, considerar o sujeito da psicanálise como livre, pode ser contraditório, porque sujeito, como adjetivo, também significa estar exposto a algo, visto que na etimologia da palavra deriva do particípio ''sujeitado''. O sujeito traz consigo, portanto, a ideia de sujeição, isto é, de estar subordinado a algo, e se o sujeito é sujeito, se está sujeito, como sujeitado é, não é livre, é se a liberdade não é sem o ''Outro'', então fechamos a questão, quando também é certo e líquido, que como crianças começamos como tais, (sujeitos).
Ao poema; ''Espelhos da Alma'' — De Dan Mena.
No mundo do pensamento, um sujeito singular,
Cartesiano em sua busca, a verdade perscrutar,
Com “Cogito, ergo sum”, Descartes nos declarou,
O ''eu'' como ponto de partida, onde tudo deu start.
No cogito se alicerça, o sujeito que está em foco,
Uma certeza indubitável onde a dúvida é pouco,
Na razão e no método ele habilmente sustenta,
Um sujeito pensante em sua mente cinzenta.
O sujeito cartesiano, consciente e pensador,
Na dúvida metódica, ele encontra seu labor,
Questiona o mundo, os sentidos, seu valor,
A existência racional de existir, se elaborar.
Na ''res cogitans'', o sujeito se ajusta,
No pensar ele existe, sua presença acusa,
Na cognição desbrava seus véus,
Sujeito cartesiano em seus próprios réis.
Um ser que com dúvida assoma,
Duvidando de si, sua essência inspeciona,
Uma mente racional em busca do axioma,
Se encontra, cria, desfaz e tudo relaciona.
Trazendo luz a psicanálise adentra,
Na genialidade de Lacan a alma penetra,
O lugar onde o sujeito se denomina,
Jornada complexa onde a mente caminha,
O plural da linguagem que o determina.
No simbólico manifesta-se o laço da trama,
Na busca significante que a psique inflama,
Em espelhos e fantasias ele se retrata,
No espelho do eu, se reclama.
O sujeito como efeito do enunciado,
Na linguagem encontra seu predicado,
Cada rima, cada verso, tecem o discurso,
A suposta narrativa do terreno fecundo.
No âmago da mente inconsciente arguto,
Lutando com sonhos, desejos, oriundos,
Emaranhado de memórias históricas e anseios,
Busca sentido nos mais lascivos apegos.
No divã da análise a voz e absoluta, se ergue alta,
Descobrindo as origens das raízes que exalta,
O sujeito em movimento explora suas queixas,
Emergindo do breu aquilo que o cega, que nega.
Final da jornada uma compreensão se levanta,
O sujeito se aceita, resolve e exalta,
Segredos exterioriza que logo se familiariza,
Repletos de história que o traumatizam.
Arquétipos que agora dançam em sintonia,
A psicanálise investiga, pois cada um tem sua valia.
No divã das palavras vastas, silenciosas ou vazias,
O sujeito se encontra nas suas infinitas teorias.
No âmago da alma, o divino se abriga,
Além do racional, há Deus que tudo domina,
A fé em Deus que a alma engrandece,
Num Ser supremo que tudo transcende,
Da subjetividade ele É o alicerce.
Até breve, Dan Mena. Membro Supervisor do Conselho Nacional de Psicanálise desde 2018 - CNP 1199 Membro do Conselho Brasileiro de Psicanálise desde 2020 - CBP 2022130
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